"Remédio algum fará efeito nas feridas da pele, enquanto a alma estiver doente."
Há dores que não se veem, mas pesam como correntes invisíveis no corpo. São mágoas antigas, culpas escondidas, silêncios engolidos. A pele pode até sangrar, mas é dentro da alma que mora a ferida mais profunda.
Não adianta enfaixar o corpo, se o coração continua exposto.
Não há pomada que cure a ausência de perdão, nem antibiótico que combata a falta de amor-próprio. Porque há sofrimentos que não se tratam com farmácia, mas com verdade, escuta e coragem de olhar para dentro.
Curar a alma é um processo delicado. Às vezes, envolve chorar o que foi calado por anos. Outras vezes, exige o desapego do que já não cabe mais — memórias, pessoas, versões antigas de si mesmo.
Só quando a alma começa a cicatrizar é que o corpo também encontra repouso. A febre abaixa. A dor alivia. A pele responde. Porque o ser humano é um só — inteiro — e tudo o que sentimos se espalha por todo o nosso ser.
Por isso, ao cuidar das feridas do corpo, não esqueça da alma.
Às vezes, é ela quem está gritando por atenção.
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